sábado, 20 de julho de 2013

Pessoas não deixam empresas, deixam gestores

Mercado aquecido, volta à guerra por talentos e também a busca desesperada de ferramentas, metodologias e ações de curto prazo que (acreditamos) garantirão a tão desejada retenção de talentos.

Estas metodologias e ações existem e de fato apresentam certo resultado. Mas acredito que se estas ações forem pontuais e isoladas há o risco delas terem um efeito “band aid” que não resolve o problema de fato.

Um exemplo disto é quando uma organização “retém” seus profissionais cobrindo a oferta financeira feita pela concorrência. O efeito “band aid” pode trazer um alívio momentâneo mas também pode esconder alguns sintomas que serão sentidos mais tarde, como  uma estrutura de cargos e salários com problemas de equidade interna ou ainda reforçar culturalmente que esta é a única maneira que os profissionais na empresa recebem aumento.

Para alcançar a retenção de talentos, acredito eu, é preciso um conjunto de ações que serão desenvolvidas e talvez orquestradas pela área de Recursos Humanos, porém não serão de execução desta área.

As pessoas não deixam empresas, deixam gestores. Só o gestor tem a possibilidade de conhecer os anseios e motivações de seu time. E isto nem sempre se refere unicamente ao gestor imediato. Olhar a gestão (ou a falta dela) dois ou até três níveis acima é perfeitamente normal. E esta avaliação também afeta a retenção de talentos.

Culpar o RH pela não retenção dos profissionais é como o técnico do time de futebol culpar o fabricante da chuteira porque perdeu o campeonato. A área de RH só cria as ferramentas e ensina a utilizá-las. Quem tem que colocá-las em prática são os gestores.

Se o diferencial de uma empresa para outra não for a gestão ou fatores ligados à qualidade dela, então podemos partir para uma premissa de que todas as empresas são muito parecidas e o que muda de uma para outra é o salário. E se isto fosse verdade caberia aos profissionais única e exclusivamente ir atrás do salário mais alto.

Como headhunter encontro todos os dias profissionais altamente engajados que não pestanejam ao recusarem uma nova oferta de trabalho, independentemente do salário oferecido. A justificativa para isto geralmente está intimamente ligada à gestão.

Mas é importante lembrar também que fazer gestão requer tempo e investimento em planejamento. Se os gestores forem única e exclusivamente cobrados e remunerados pelo atingimento das metas de curto prazo e gestão não for uma ação reconhecida como importante e vital na avaliação destes gestores, a organização desenvolverá apenas ótimos executores de metas não profissionais inspiradores que retém seus profissionais.

Gestão não é fácil de fazer, nem de mensurar e também  não aparece nos resultados de curto prazo, mas é a única chave-mestra para reter os profissionais.

Fonte: Exame.com 

terça-feira, 16 de julho de 2013

Virtualização, mito ou realidade?

Estamos passando por constantes mudanças nos últimos anos, tanto na economia como na política de mercado, tendo estas, influência direta ou indireta sobre a tecnologia. Estas mudanças, tem levado as empresas, cada vez mais a discutirem e buscarem formas de reduzirem custo, risco e complexidade de seus ambientes de TI. Neste cenário, a virtualização se tornou um componente chave para o desenvolvimento de uma estratégia eficiente na busca destes objetivos. Dentre os desafios enfrentados nos datacenters podemos destacar:
  •    Eficiência energética;
  •    Datacenters que atingiram a capacidade máxima;
  •    Servidores subutilizados;
  •    Gerenciamento e Segurança complexa dos servidores;
  •    Hardware e sistemas legados;
  •    Problemas de compatibilidade de aplicações;
  •    Crescimento exponencial dos dados.
Para entendermos um pouco mais sobre virtualização, temos de fazer um paralelo entre o que é “real” e o que é “virtual”. Seguindo este raciocínio, real é algo concreto, físico, enquanto o virtual está associado a algo abstrato, assim, podemos definir virtualização como sendo a criação de ambiente virtual que simula um ambiente real, de forma que seja possível a utilização de sistemas e aplicativos, sem necessidade de acesso a máquina, na qual estão hospedados.

Este termo não é novo, pois foi utilizado pela primeira vez em 1959, como “Múltiplas Aplicações” por Christopher Strachey e anos depois, a IBM chamou de “Múltiplos Sistemas Operacionais” utilizando em seus mainframes, computadores de grande porte, capazes de substituir vários servidores e executar diferentes sistemas operacionais. Independente da época, o objetivo é o mesmo, no passado tratava-se da redução de tempo na execução das tarefas, hoje, vemos como fundamental para redução de custo.
Há basicamente três tipos de soluções em virtualização para atender a infraestrutura de TI, que são:
  •     Virtualização de servidores (Hypervisor);
  •     Virtualização de aplicativos;
  •     Virtualização de desktops.
Virtualização de servidores: Conhecidos como hypervisor, são sem dúvida o mais usado entre os três. Hypervisor é a tecnologia que permite a um único servidor físico rodar, simultaneamente, mais de um Sistema Operacional, mesmo que sejam heterogêneos. Isso mesmo, você pode, em um mesmo equipamento, executar Windows Server, Novell, Linux e Unix. Um fator determinante para adoção desta é o gerenciamento centralizado, manutenção e otimização de de espaço.

Virtualização de aplicativos: Basicamente, virtualização de aplicações é a possibilidade de acessar, utilizar e produzir aplicações de forma remota, sem a necessidade de instalação da mesma no computador (máquina) na qual se está operando. Primeiramente, este acesso era feito apenas em LAN ou através de VPN, sendo obrigado a configuração de um cliente, como se fosse um discador antigo de ASDL, mas com o surgimento do mundo Web, hoje é possível o acesso via internet, de forma simples, fácil e segura, com possibilidades até de acessos mobile através de smartphones e tablets. Cada vez mais se tem falado sobre esta, com o crescimento e concretização do SOA.

Virtualização de desktops ou VDI: Consiste em criar instâncias de máquinas virtuais, também chamados de desktops virtuais, para os usuários da rede, com recursos avançados de gerência, controle e segurança. Os usuários podem fazer acesso às suas máquinas virtuais através dos conhecidos thin clients, de conexões TCP, ou simplesmente através de um navegador web comum. É uma grande tendência, devido à iminente demanda por gestão e segurança das informações corporativas. É também, uma tecnologia que assim como as grandes ondas, voltam a tona, ganhando espaço, já que tivemos uma experiência como esta, na época dos mainframes, a qual perdeu espaço, devido ao alto custo, mas, com a atual tecnologia dos servidores, tornou-se viável.

Como vimos, a virtualização pode ser vista como sinônimo de economia, produtividade e gerenciamento. O que vale notar nessa conversa, são as razões para se utilizar a virtualização e quais benefícios podemos agregar com o uso desta tecnologia. Fato é que a cada dia tem-se discutido mais sobre o assunto, surgindo também novas ferramentas de implementação, quer seja em servidores, desktops ou aplicações.

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Por João Balbino 

terça-feira, 2 de julho de 2013

PMI x SCRUM uma visão holística!

Temos visto no meio acadêmico e em discussões no ambiente profissional há algum tempo, um sentimento de incompatibilidade entre o SCRUM e o PMI ou de forma ainda mais ampla uma diferenciação entre Métodos Ágeis e o PMBOk. Sempre houve muita polêmica entre os seus defensores.

Muitos acreditam precisar optar e as diferenças começam no entendimento da natureza distinta, mas não excludente que os permeia. O PMBOK é um guia de boas práticas, dividido em grupos e processos, já o SCRUM é um framework (estrutura) com cerimônias, artefatos e papéis definidos. Como comparar um guia a uma estrutura?

Sendo uma estrutura, o SCRUM permite adições e exclusões, desde que não interfiram em seus 3 princípios: Transparência, Inspeção e Adaptação. Desse modo, pode-se dizer que tecnicamente seria possível adicionar processos adaptados do PMBOK , mas  será que vale a pena?

O PMBOK é um guia elaborado pelo PMI que aborda as melhores práticas da gerência de projetos. O PMBOK aborda todas as áreas vitais de um bom planejamento e orienta os gerentes de projeto para conseguirem atingir os objetivos dos projetos que conduzem dentro do prazo, orçamento e qualidade exigidos ou, pelo menos, com o mínimo de imprevistos possíveis.

O SCRUM se adapta mais a projetos cujo escopo é mutável e/ou parcialmente desconhecido, ou seja, projetos de escopo aberto. No PMBOK não conhecer o escopo, ou pelo menos parte dele, inviabiliza o planejamento e assim, a execução do projeto. O SCRUM aceita incertezas, trabalha com priorizações, valores de negócio e ciclos curtos de entregas. O PMBOK trabalha com riscos, pode priorizar entregas, embora não comente sobre isso, e fazer ciclos de entregas, planejamento em ondas sucessivas.

A abordagem ágil SCRUM, assim como a abordagem tradicional PMBOK, possui características positivas e negativas, sendo que a principal diferença entre as duas está no conjunto de pressupostos de cada uma. É possível afirmar, ainda, que existe uma sinergia muito grande entre as duas metodologias, ou seja, uma pode complementar a outra. O ponto chave para diminuir a lacuna existente entre o uso das abordagens “tradicional” e “ágil” está em considerar, na escolha de uma ou de outra, as características do projeto a ser desenvolvido, ou seja, buscar aplicar a metodologia correta para o trabalho a ser realizado.

É relevante destacar que métodos ágeis podem conviver dentro de um mesmo projeto com métodos convencionais e grupos distintos, utilizando métodos distintos. Podem estar todos respondendo a um mesmo gerente de projeto, um mesmo cliente final e para entregar um mesmo produto.

O SCRUM que originalmente era exclusivo do desenvolvimento de software, atualmente tem sido aplicado em diversas áreas, ainda assim, seus “mentores” tem se preocupado em torna-lo cada vez mais simples e adaptável, caminho inverso do PMBOK.

Fica aqui minha observação que é  necessário olharmos tudo com visão crítica, mas sem fanatismos. E, diferenças a parte, encaro que a característica de agilidade  é muito mais uma filosofia – um modus operandi – do que uma algo que só está presente em um ou outro framework e creio que podemos e devemos fazer um mix entre as diversas publicações, utilizando sempre aquele processo/ferramenta/ideia que melhor resultado trouxer.

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Portal GSTI

Por João Balbino

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Sucesso não é por acaso!


Estamos no limiar de muitas transformações, onde a cada dia nossas relações são moldadas e dirigidas de acordo com padrões pré-estabelecidos. Nesta metamorfose ambulante, vivemos freneticamente buscando nosso lugar ao sol, nosso espaço no mundo, ou seja, o "sucesso" a qualquer preço.
Sucesso é um substantivo masculino que significa: O que está por vir; consequência positiva; acontecimento favorável; resultado feliz; êxito.
Se analisarmos com atenção, veremos que a palavra "sucesso", refere-se a resultado, consequência e não a objetivos, mas, muitas vezes em meio a nossa rotina, sucumbimos, passamos a utilizar o senso comum e perdemos o "foco" para o que de fato nos importa; nossos objetivos.

Muito me chamou a atenção, uma entrevista do "Silvio Santos", onde ele enfatiza que o sucesso é conquistado diariamente em tudo o que fazemos com amor e paixão e que este, não deve ser o nosso único alvo, mas sim, deve ser entendido como um prêmio em consequência dos objetivos traçados e alcançados. Tornou-se ainda mais interessante esta entrevista, pois, podemos ler nas entrelinhas que Steve Jobs, em uma de suas muitas entrevistas falando sobre sucesso diz o mesmo "Para se ter sucesso, é necessário amar de verdade o que se faz. Caso contrário, levando em conta apenas o lado racional, você simplesmente desiste. É o que acontece com a maioria das pessoas".

Há muita discussão em torno deste tema "sucesso", mas de fato, não existe uma receita de bolo, um roteiro pronto a ser seguido, nem mesmo consenso a respeito, como vimos, podemos ter sucesso em várias áreas de nossas vidas, certo mesmo é que sucesso é fruto de muito esforço e trabalho.

Existem muitas literaturas, das quais, cito algumas abaixo, que nos apresentam lições presentes em nosso cotidiano e que nos ajudam a entender melhor o que o precisamos aprimorar ou mesmo aprender. São habilidades vitais, quer sejam para o nosso crescimento pessoal ou profissional, mas, que na maioria das vezes não percebemos. Não falo de uma receita de bolo, pois, sucesso depende do ponto de vista de cada um. Podemos ser bem sucedidos na família, na escola, no trabalho, no namoro, na vida financeira, em fim, existem diversas interpretações para este termo e a palavra chave aqui é que "sucesso", não vem por acaso, mas é o resultado, consequência, êxito de esforço e trabalho.

A Arte da Guerra - nos ensina que assim como para um exército, o "Planejamento e Estratégia", são fundamentais para o sucesso de qualquer profissional ou organização, pois, traçamos nossos objetivos e definimos a melhor forma de alcançá-los.

O monge e o executivo - nos mostra que em tudo na vida é fundamental a "humildade", para aprendermos a "servir" e só então sermos "servidos", de forma que nos tornemos um líder ou uma pessoa melhor, pois, quando somos servidos, não ouvimos os outros, somos sempre os donos da razão e não abrimos espaço para novas experiências. Devemos sempre lembrar que o crescimento do ser humano está associado ao aprendizado e troca de experiências, porque vivemos numa constante transformação.

Quem pensa enriquece - nos ensina que precisamos ter "ambição", pois, de nada adiantam objetivos pequenos (medíocres), sonhar com o que está em nossas mãos, pois isto já o temos. Uma das maiores causas de fracasso quer seja pessoal ou profissional, está na falta de ambição, o "comodismo", mais conhecido como a síndrome de Gabriela "eu nasci eu cresci assim". O comodismo nos leva a ter medo, a pensar pequeno, a aceitar em vez de questionar, nos leva a frustração e ao pensamento de incapacidade.

Derrubando Golias - nos ensina a nunca "desistir", ou seja, a sermos "persistentes" em busca de nossos sonhos e objetivos, pois não existe sonho impossível. A impossibilidade está associada à falta de persistência e falta de visão, logo, sonhos impossíveis, são aqueles que não temos.

O príncipe - aqui, temos uma verdadeira aula de política, não a política corrompida, sem escrúpulos, mas, uma política saudável onde a "comunicação" e "transparência" se tornam diferenciais em nossas vidas ou profissão, assim, podemos dizer, que os profissionais comunicativos e que sabem antever as mudanças tem maiores chances de destaque. Podemos associar também a este, que os profissionais mais comunicativos, tendem naturalmente a assumirem um papel de liderança. Tem uma frase de um dos maiores comunicadores brasileiros que diz: "quem não se comunica, se trumbica".

Não significa que esta seja a fórmula para sucesso, pois, como sabemos, nenhum livro, fala de verdades absolutas, o que se procura mostrar é que desenvolvendo ou aprimorando estas habilidades, buscando conhecimento contínuo os profissionais tendem a estar mais preparados para as oportunidades. Lembrem-se o sucesso profissional depende de nós, daquilo que fazemos ou buscamos, pois afinal, somos produto de nossas escolhas.

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Por João Balbino 

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Profissionais do futuro, um paradoxo!

Vivemos num mundo em constante transformação, onde o ciclo de mudanças é cada vez maior, transpondo fronteiras inimagináveis e fazendo das certezas de hoje, as incertezas do amanhã, pois, não existe mais verdade absoluta, mas sim o relativismo. Neste “mundo novo”, as transformações afetam diretamente nossas relações, quer sejam pessoais ou profissionais e precisamos nos antecipar a elas para não sermos surpreendidos ou sufocados e sim fazermos a diferença.

Na última década tem-se falado muito em competências, valores e habilidades necessárias aos profissionais do futuro. Existe muita literatura a este respeito de consagrados escritores; são tantos títulos minando nossas mentes, falando sobre o que fazer ou como fazer, que às vezes ficamos frustrados a beira de um colapso, por não atingirmos nem de longe o idealismo pregado e defendido por muitos. Mas de fato, será que existe uma receita de bolo? Uma fórmula para o sucesso?

Estas e outras perguntas permeiam nossas mentes em busca de respostas e nesta busca frenética pelo padrão ideal, por alcançar os padrões tidos como perfeitos, esquecemos-nos de nós mesmo, de quem somos, passando, a viver o padrão dos outros.

A resposta é simples e está dentro de cada um, pois, somos todos “senhores de nosso próprio destino”. Esta frase parece clichê e faz toda diferença, pois todo o potencial e força de que precisamos está dentro de nós. Sabemos o queremos, mas muitas vezes nos falta “foco”. Conhecemos nossas “forças” e “fraquezas”, porém, alimentamos mais as fraquezas que as forças e quando o fazemos, não evoluímos, não crescemos como pessoas e não fazemos a diferença, mas, paramos no tempo em meio aos nossos temores.

Somos capazes de “planejar” muitas coisas, mas não somos capazes de tirar sequer um minuto para planejar nossa vida e profissão. Somos capazes de “gerenciar” todos à nossa volta, mas não gerenciamos a nós mesmos. Somos capazes de nos “adaptar” e aceitar as mudanças impostas, mas não somos capazes de compreender que o mundo está em transformação contínua e precisamos nos preparar ininterruptamente, ou seja, “aprender continuamente”.

Devemos alimentar nossas forças e trabalhar nossas fraquezas (medos), para que possamos evoluir, quer seja como pessoa, pai, filho ou profissional e reconhecer cada uma delas é o primeiro passo, para a evolução, assim, numa sociedade onde as mudanças são uma constante, os profissionais que tiverem esta percepção farão a diferença, sendo senhores de si, plenos conhecedores de suas limitações, buscando superá-las.

Por João Balbino 

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segunda-feira, 10 de junho de 2013

O paradígma da Tecnologia

Vivemos uma nova revolução tecnológica, onde mitos e paradígmas são quebrados. Somos surpreendidos e bombardiados por uma avalanche de informações  e em meio a este bombardeio, estão os profissionais de TI, pois, lembremos que "tecnologia é feita por pessoas" e são elas os motores que impulsionam o futuro e o fazem acontecer.

Na história da humanidade, vemos que a tecnologia está presente desde os primórdios de nossa criação. A descoberta da roda, do fogo, os instrumentos para caça, todos representaram os primeiros aparatos desenvolvidos por homens sem se darem conta, no entanto, de se tratar de tecnologia.

Quando estudamos a história da mudança tecnológica, percebemos que aquilo que normalmente entendemos como progresso contínuo ocorre, na verdade, por meio de grandes ondas e normalmente acontecem no momento em que a revolução anterior se esgota e já não é mais capaz de proporcionar crescimento, assim, um novo conjunto de tecnologias começa a ganhar corpo e a ser assimilado, mesmo que seja uma reinvenção ou modernização de algo obsoleto.

Na década de 70 a eletricidade, eletrônica e automação, promoveram o desenvolvimento da tecnologia da informação que, por sua vez, tornou o conhecimento globalizado com o advento da web. Como num ciclo vicioso, essa globalização, fruto da revolução tecnológica, necessita da tecnologia para auto-sustentação. A informação em tempo real, se transforma no combustível da sociedade. Novos modelos de negócios e a virtualização do trabalho, criam novas necessidades de mão de obra especializada. As empresas do século XXI tem o desafio de utilizar a tecnológia de forma sistêmica e sinergética para se manter num mercado que cada vez mais exige dinamismo e diversificação.

Litwin em 1997, afirmava em seu livro "Os desafios da Revolução Tecnológica" que:

“As novas tecnologias e o aumento exponencial do conhecimento levarão a uma nova organização de trabalho, onde se faz necessário:
  •  a imprescindível especialização dos saberes, dando lugar à figura do especialista;
  •  a colaboração transdisciplinar e interdisciplinar;
  •  o fácil acesso à informação (arquivos, banco de dados, etc.);
  •  considerar o conhecimento como um valor precioso, quantificável em termos de obtenção, de custo, de utilidade, de produtividade e de transação na vida econômica, etc.” (1997, p.83).
Numa sociedade onde a mudança é constante, faz-se necessária a atuação de profissionais pró-ativos, que se dediquem, sejam objetivos, persistentes, capazes de se reciclar sempre e que possam corresponder de acordo com a necessidade exigidas pela sociedade, não apenas pelo fato de se exigir muitos conhecimentos técnicos e teóricos, mas principalmente, por exigir que esta teoria se adapte a realidade de nosso cotidiano, pois, estamos presenciando "a era do conhecimento".

A tecnologia nos rodeia, estando presente em todas as áreas de nossas vidas, mudando nossas relações, hábitos, cultura e nossa forma de pensar, abrindo novos horizontes, cabendo a nós, aproveitar as oportunidades. A pergunta que devemos fazer em meio a toda esta constante mudança é a seguinte: Como viver em meio a esta revolução e fazer a diferença?

A resposta a esta e outras perguntas, está em cada um de nós, pois, somos coletivamente individuais.

Por João Balbino

terça-feira, 4 de junho de 2013

Mude seu foco, aprenda a dizer "NÃO"!

Na semana passada falamos sobre "A Síndrome do “Não Tenho Tempo”, uma bela explanação sobre como controlamos nosso tempo, hoje, vamos falar sobre outro tema que nos desafia  e que muitas vezes é fator decisivo entre o sucesso ou fracasso de nossos projetos, sejam eles pessoais ou profissional.

Aprender a ter foco e fazer as coisas que precisam ser feitas é uma tarefa difícil, pois, existem tantas distrações no mundo e as vezes caímos nas mesmas armadilhas. Ficamos frustrados ao ver nossos projetos escorregarem por entre os dedos, enquanto gastamos tempo precioso em distrações ou lazeres para desocupar a mente, mas, que realidade, não acrescentam nada em nossas vidas. 

Algo nos incomoda e está bem a nossa frente, mas, na maioria das vezes, deixamos pra lá por causa das referidas distrações “relaxantes”, acabamos sendo menos produtivos, perdemos o foco do que realmente importa e começamos a seguir “a maré”. Por vezes ficamos tristes, desanimados como se estivéssemos carregando fardos pesados e presos num mundo paralelo formado e preenchido por nossas próprias distrações. Parece as vezes, aos amantes da sétima arte, que vivemos em uma "MATRIX", onde nada se encaixa, onde não fazemos parte do mundo que nos rodeia.

Existe uma fórmula para mudar toda esta desilusão e falta de foco, começando com uma pequena palavra composta por três letras no nosso vocabulário "NÃO". Dizer não, por mais difícil que seja, faz parte do processo de ter foco.

POR QUÊ TER FOCO É IMPORTANTE?

Ter foco é essencial, pois se fizermos uma releitura de nossa vida, desde pequenos, aprendemos a andar porque focamos em um determinado objeto. Focamos naquilo e movemos todos os nossos músculos para engatinhar, ficar de pé, andar apoiando nos objetos maiores e depois andar definitivamente para nunca mais engatinhar.

É com foco e persistência que conquistamos nosso espaço desde que nascemos.

Foco é concentração de esforço. Os objetivos tem que estar muito claros, porque aparecerão uma série de coisas e fatores na tentativa de tirar o foco do objetivo final e fazer ele não acontecer. É com posicionamento alinhado ao foco que você ou sua empresa alcançará os resultados. No nosso dia-a-dia, não adianta termos milhões de idéias e não colocarmos em prática, pois idéias são como plantas, precisam ser regadas para florescer e frutificar. Para conseguirmos transformar idéias em algo exeqüível, temos de filtrá-las, para no fim, focarmos naquelas que realmente são importantes.

Assistindo a uma entrevista de um Headhunter ele falava que o difícil não é ter idéias inovadoras, mas sim, tomar a decisão certa e saber o que fazer com elas. Em nossas vidas, seja profissional ou pessoal, vivemos de escolhas e muitas vezes, por não focarmos no que de fato é importante, tomamos decisões equivocadas.

ANTES DO NÃO!

É importante nomear tudo aquilo que não se deseja mais ou que queira mudar. Você precisa avaliar o que não deseja fazer, pois é muito fácil fazer uma lista rápida das coisas que se quer e objetiva. Todos temos o discurso na ponta do lápis, mas, quando invertemos a ordem, paramos, pois, não estamos preparados para a mudança para o "NÂO". Fomos programados para o "sim", para aceitar e conviver e algumas destas situações ou ações indesejadas, mexem com o nosso ego e fazem parte do que somos, de nossa formação e de fato, abrir mão é difícil, mas lembre-se, este exercício nos faz enxergar melhor e focar em nossos objetivos.

Saber o que não se quer é essencial para entender o que se quer de verdade. Ninguém  precisa ficar se submetendo a regras já estabelecidas e se encaixar ali para apenas sobreviver. É preciso que cada um de nós viva em harmonia consigo mesmo para servir cada vez melhor ao nosso próprio crescimento pessoal e aqueles que estão à nossa volta, quer sejam clientes, fornecedores, amigos ou familiares, pois quando crescemos, nos tornamos melhores.

TER FOCO É DIZER NÃO!

Experimente começar a dizer "NÃO" a partir de hoje para aquilo que você não deseja em sua vida ou carreira. Defina qual é o seu nicho de mercado, ou qual seu objetivo de vida e siga em frente sem se desviar, dizendo não para aqueles que quiserem te tirar do foco. Definindo seu foco, muitas escolhas e sub-escolhas hão de ser feitas. Ter foco não significa apenas dizer sim aos seus objetivos, ter foco significa dizer "NÃO" a centenas de outras “boas” ideias, soluções, caminhos e tentações que estão sujeitas a aparecer no meio do caminho, principalmente, de quem não tem a menor noção do que o seu sonho significa para você. Portanto, esse é o momento oportuno para se isolar e “ouvir” seu coração e sua intuição, eles de alguma forma já sabem o que você realmente quer se tornar.

Mantenha o foco! Afinal, se você quer chegar no topo da montanha, não é pegando qualquer caminho ou mudando o rumo a todo momento que chegará lá. Você precisa focar o seu olhar no topo da montanha e se perguntar como chegarei lá ?

O “não” faz parte do processo de inovação.

Por João Balbino

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Produtividade: A Síndrome do “Não Tenho Tempo”

Esta semana, assisti ao filme “In Time”. O filme foi produzido em 2011, não é lá grande coisa, mas, a ideia é muito interessante, vale a pena a reflexão. Todos os personagens vivem em um mundo aonde não existe dinheiro como nós conhecemos. Tudo a ser comprado é pago com tempo de vida, desde a passagem de ônibus até carros e casas. Cada cidadão nasce com um cronômetro no braço que mostra quanto tempo de vida a pessoa ainda tem.

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Achei um absurdo a passagem de ônibus custar 2 horas de vida!
Mas se pararmos para refletir sobre o filme, vivemos de forma bastante semelhante. Claro que não sabemos o quanto de vida ainda temos pela frente, mas quando entramos em um ônibus às vezes gastamos até mais de 2 horas de nossas vidas lá dentro e eles ainda cobram nosso rico dinheirinho por isso. Se vamos ao supermercado gastamos mais umas 3 horas. Filas, refeições, pedágios, em tudo o que fazemos gastamos tempo de nossas vidas.
A coisa começa a ficar desesperadora pensando assim, não é? Mas é exatamente dessa forma que devemos pensar ao executar nossas tarefas diárias. Nosso esforço deve ser voltado à otimização do tempo que ainda nos resta. Temos trabalhos a fazer, casas para manter, temos que ter momentos de lazer, momentos com a família, temos cachorro para cuidar, filhos para brincar, fora os compromissos inesperados.
A frase mais ridícula que uma pessoa pode dizer é “Não tenho tempo”. Todos têm as mesmas 24 horas diárias para fazer o que bem entendem. É deprimente dizer que não tem tempo. Sua produtividade e a quantidade de coisas que você faz durante o dia estão diretamente ligados à maneira como cada um gerencia o tempo disponível. Por isso, alguns fazem mais enquanto outros não fazem nada.
Dando uma abordagem mais “filosófica”, eu me arrisco a dizer que se a pessoa realmente se importa e quer algo, ela arruma tempo para fazer.
Mas calma, não estou dizendo que você tem má vontade para realizar qualquer que seja a atividade. Só quero dizer que temos que pensar de maneira mais prática e decidir o que vai ser feito com o tempo que temos como se estivéssemos escolhendo uma roupa. Todos os dias.
Como diz o velho sábio da montanha: “Cada escolha é uma perda”, nos resta focar nos ganhos e minimizar essas perdas.
Os grandes feitos demandam tempo. Só temos que começar, e começar é sempre o mais difícil pois, estamos condicionados a proteger nosso ego. Não queremos falhar! Temos um medo instintivo de falhar que nos leva à velha desculpa do “não tenho tempo para fazer o que eu realmente gostaria de estar fazendo”.
Por favor, não pratique terrorismo contra você mesmo!
Se você realmente quer algo, você sempre vai conseguir achar um tempinho. Não abandone seus sonhos por falta de tempo, tome a responsabilidade de torná-los realidade. A Inc. publicou um texto muito legal com várias dicas para ajudar a gente a fazer mais coisas e a aproveitar melhor nosso tempo. Aqui estão 5 delas:

1. Elimine todo o comprometimento que tiver com seu ego.
Todos nós fazemos coisas que têm mais a ver com a manutenção do nosso ego do que propriamente com resultados. Isso quer dizer que várias das atividades que fazemos diariamente são feitas somente porque vão cair bem no currículo ou porque você gosta de dizer aos amigos o que você faz, ou porque a tarefa te faz parecer mais importante perante a sociedade, seus amigos ou sua família.
Mas adivinha! As coisas que você faz unicamente porque te fazem parecer importante, despojado, culto, etc, são pura perda de tempo. Se a atividade não adiciona nada para a sua vida, além de causar boa impressão em terceiros, pare agora! Preocupar-se somente com o que vai fazer bem para a sua imagem é perda de tempo. O que as pessoas pensam de você é algo refletido por suas atitudes e não projetado por elas.

2. Esteja rodeado de coisas que te deixem feliz.
Não quero dizer para você decorar seu escritório ou quarto com cortinas coloridas e palhaços em cima da mesa. Mas se você tem uma estante cheia de livros que comprou há mais de 1 ano e nunca leu nenhum, guarde-os e coloque porta-retratos com fotos da sua família, seu filho, de uma viagem legal, vale qualquer coisa que te traga lembranças agradáveis e que ao olhar faça seu dia ficar melhor.

3. Pare de se comparar com as exceções.
Na verdade, não devemos nos comparar à ninguém. Aquele cara de sucesso que você admira e gasta um tempão todo dia tentando alcançar um sucesso igual ao dele, com certeza enfrentou diversas dificuldades cabeludas que você nunca vai ficar sabendo. Lembre-se: 1% conhecimento 99% transpiração, e no final só divulgue o resultado. Se for bom!
Isso vale principalmente para quem é muito competitivo. Pare e pense: vale a pena eu me esforçar tanto para estar entre os 2 primeiros colocados da corrida de São Silvestre? O que isso vai adicionar para minha vida? Qual é a diferença para mim chegar em 10 lugar ou em 1 lugar?
Se você é um programador, por exemplo, a corrida, diretamente, não adiciona nada para sua carreira. Claro que vale muito para manter sua forma física e sua saúde, mas nesse caso não importa estar entre os dois primeiros colocados, mas sim chegar ao final ainda com fôlego. O tempo que você gastaria treinando para aprimorar sua técnica de corrida ou ficar mais rápido, sendo que você já treinou o suficiente para terminar todo o percurso sem dificuldades, poderia ser usado para fazer diversas outras coisas mais importantes.
Pense em algo em que você já é bom mas está tentando ficar ainda melhor, e então reflita se o esforço a mais é válido. Muitas vezes ser a exceção não condiz com que você realmente quer ou com o que é realmente importante para você.

4. Aprenda a dizer não.
Grandes empreendedores levam muito a sério as conversas de elevadorAquele papinho de nada que a gente tem uma vez ou outra com pessoas desconhecidas. Eles revisam, treinam, e se importam com a qualidade do discurso nesse tipo de conversa.
Da mesma forma é muito importante saber dizer não de maneira amigável e educada.
A maioria de nós diz sim só para não parecer rude ou egoísta ou pouco amigável. Infelizmente, dizer sim como hábito pode levar você a assumir mais compromissos do que é capaz de lidar.
Para evitar dizer sempre sim, sua resposta pode ser um simples “Me desculpe, mas eu não tenho como assumir esse compromisso com você agora.” Seja qual for sua “desculpa” ensaie, treine, diga para você mesmo na frente do espelho, até que você consiga dizer de maneira clara, educada e natural. Ninguém ficará chateado se você for sincero em dizer que não pode fazer algo no momento, mas ficarão irados se você assumir o compromisso e não entregar os resultados esperados.

5. Planeje seu dia
Planejar não serve para nada, mas é essencial planejar. Todos os dias, a primeira a coisa que deve ser feita é planejar tudo o que será feito no resto do dia.
O ideal é que isso seja feito na noite anterior. Faça uma lista, tome nota, revise informações. No dia seguinte se comprometa a cumprir o planejado.

Fonte: Profissionais de TI

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Até quando a sua empresa vai participar do “campeonato” sem um técnico?

Você já parou para pensar na possibilidade do seu time de futebol participar de todo campeonato sem um Técnico? Afinal, para que Técnico? Não seria melhor contratar mais um ou alguns bons jogadores ao invés de um bom Técnico para a equipe?
Os times têm Presidente, Diretor de Futebol, Gerente de Futebol, Assessores e tantos outros dirigentes, será que, com tantos responsáveis, ainda precisa de um Técnico?
Será que alguém já pensou nisso? Até pode, mas não acredito que alguém em sã consciência na função de dirigente de clube ou mesmo torcedor iria querer ver o seu time sem um Técnico qualificado no comando durante o campeonato. A não ser que queira perder o campeonato e ver o time rebaixado.
Parece uma análise patética e sem muito sentido no universo esportivo, mas no universo empresarial ainda é realidade em algumas empresas quando analisamos a forma como gerenciam os seus projetos. O papel do Gerente de Projeto, suas atividades e responsabilidades ainda geram dúvidas e confusões para muitos. Objetivando desmistificar e esclarecer o papel deste personagem, faremos uma analogia do Técnico de Futebol com um Gerente de Projeto, podemos dizer que o Técnico é o Gerente de Projeto mais reconhecido no mercado de trabalho.
Mas será que podemos fazer esta analogia, comparando um Técnico de Futebol com um Gerente de Projeto? Vejamos algumas considerações para ver se faz sentido:

Campeonato = Projeto (Evento temporário, com início, meio e fim)
Escopo – O Técnico deve definir o escopo de trabalho para a equipe obter o produto final que é a conquista do título.

Prazo – Deve fazer o planejamento das atividades, definindo os prazos de contratação, preparação física da equipe, data dos jogos, quando a equipe deve viajar para outra cidade, etc.

Custo – Como nas empresas, o time também tem um orçamento para a contratação dos jogadores, logística, etc.
RH – Tem que definir o plano organizacional da equipe, montagem da equipe e da comissão técnica.

Comunicação – Deve usar uma comunicação simples e objetiva com seus comandados. Este atributo é fundamental para a motivação da equipe e o atendimento do esquema tático. A comunicação com os demais stakeholders também é fundamental, principalmente com os torcedores.

Riscos – O Técnico, auxiliares e equipe identificam os riscos que irão enfrentar no campeonato, analisando as deficiências técnicas, probabilidades, impactos e ações a tomar, como no caso de perder seus melhores atletas por contusão ou expulsão, por exemplo.

Qualidade – Treina e testa sua equipe, focando na qualidade e quantidade dos chutes, cobranças de faltas, pênaltis e cruzamentos. Utiliza as estatísticas para reforçar os pontos a serem melhorados.

Aquisição – Define os critérios, habilidades e competências dos atletas a serem contratados, participando muitas vezes das negociações e rescisões.

Integração – Coordena a integração de todos os envolvidos, sejam eles dirigentes atletas e comissão técnica.
Analisando sob este prisma, fica claro que existe uma grande relação e proximidade entre as duas profissões: o perfil do profissional e suas habilidades são idênticos, os dois têm que ter atitude, comunicação, pró-atividade, motivação, experiência e liderança.

Pois é, a semelhança existe e a função é praticamente a mesma. Somente tem denominação diferente. Mas, se para um time parece absurdo executar este projeto do campeonato sem um Técnico, para algumas empresas o Gerente de Projeto ainda não existe e é figura dispensável.
Por incrível que pareça, muitos Diretores e Gerentes Funcionais ainda questionam quando lhes és dito que devem contratar um Gerente de Projeto para gerenciar os projetos da sua empresa. Infelizmente, em muitas empresas somente é alocado um Gerente de Projeto quando o projeto já começou a “afundar” (como dizem no dito popular), o prazo está estourado, o cliente cobrando a entrega que já era para ter acontecido, o orçamento já estourou faz tempo e ninguém consegue dizer quanto falta de dinheiro nem de prazo para terminar o projeto.
Alguns executivos ainda perguntam o que a empresa vai ter de retorno de investimento contratando um Gerente de Projeto, qual será a contrapartida para a empresa. Simples não? Estes executivos provavelmente não sabem quantos projetos a sua empresa têm, tampouco quantos atrasam e estouram o orçamento, quiçá devem saber se aprovaram os projetos certos e se os projetos em execução são os que estão alinhados com as estratégias da empresa.
Podemos afirmar, sem medo de errar, que o que mais temos nas empresas são desculpas para problemas em projetos. Para tudo se tem uma boa desculpa, foi assim que “Dilbert” e “Murphy” ficaram famosos. E as empresas com pouca maturidade em gestão de projetos estão sendo afetadas por esta má gestão. E o pior de tudo é que estão perdendo muito dinheiro e nem sabem, pois não interessa a ninguém da empresa mostrar o insucesso dos seus projetos.
Em um campeonato, se o time não vai bem, o Técnico assume a responsabilidade e, muitas vezes, é culpado por tudo. As métricas são claras e o resultado esperado é um só: encerrar o campeonato em primeiro lugar.
Nas empresas, os projetos não podem ser diferentes. Só trazem resultados quando são encerrados e devem ser gerenciados por profissionais capacitados e experientes, focados no projeto sob sua responsabilidade. A gestão das áreas funcionais deve ser feita pelos Gerentes Funcionais, que são responsáveis por todos os processos e projetos, e devem estar planejando as estratégias da empresa para o seu futuro e sua perenidade.
Outro mito em algumas empresas é dizer que não contratam Gerente de Projeto externo, porque os projetos são estratégicos para a empresa. Ora, desculpas a parte, é o mesmo que dizer que os profissionais não são éticos, princípio basilar de qualquer profissional. Se assim fosse, por que os times costumam contratar o Técnico da equipe rival?
Ética e confidencialidade são princípios básicos e os profissionais que não respeitarem estes princípios serão excluídos automaticamente pelo mercado.
Assim sendo, cabe uma pergunta para os nossos empresários: Se não querem ver o seu time do coração perder o campeonato, por que ainda não contrataram um Gerente de Projeto para a sua empresa?
 
Fonte: TIinside

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Seis habilidades que um líder de TI precisa para alcançar sucesso

Todo mundo quer ser o chefe. Mas você realmente tem o que é preciso para desempenhar esse papel?

A maioria das pessoas diz que gosta de estar no topo da pirâmide profissional. Mas, na gestão de TI, o título de CIO é quase sempre sinônimo de grande responsabilidade e muita pressão.
O mundo da tecnologia muda a um ritmo alucinante, o que significa que um CIO precisa adotar regularmente novas habilidades. Quer se trate de dominar cloud computing, Big Data e terceirização de TI, parece que nunca há uma pausa de aprendizagem. E, como outros departamentos e, especialmente os CEOs, se envolvem cada vez mais em decisões de tecnologia, os orçamentos nem sempre estão sob o controle do departamento de TI.
Então o que é preciso para competir e ser um CIO de sucesso em um tempo em que ter uma variedade de habilidades é mais importante do que nunca? Para descobrir, conversamos com alguns membros do CIO Executive Council. Seu Ones to Watch Awards programa foi projetado para reconhecer os futuros líderes de TI. Um painel de CIOs veteranos serve como júri.
Os candidatos são indicados por seus gestores e julgados sobre quão bem têm implementado e articulado as principais soluções para resolver problemas em suas organizações. Os resultados são ótimos exemplos dos tipos de habilidades necessárias para ter sucesso hoje no escalão superior de qualquer organização.
Usando dados do processo de avaliação do Ones to Watch, bem como entrevistas com o  estrategista de carreira, Donald Burns, e o CIO da Arizona State University, Gordon Wishon, a CIO.com reuniu uma lista de características e habilidades comumente associadas aos CIOs de sucesso hoje.
Se ter um "chefe" em seu título é o seu objetivo de longo prazo, então o domínio das seguintes habilidades é necessário para chegar lá.

1. Tocar tudo
Independente da sua indústria, as chances são de que todos os departamentos de sua empresa dependam da TI para alguma coisa - telefones, e-mails, computadores, boletins de notícias, sistemas de gerenciamento de conteúdo... e a lista continua.
"Cada canto de cada linha de negócio tem uma necessidade específica de algum suporte ou serviço de TI. Esse fato é um reflexo do valor que a tecnologia pode proporcionar para melhorar o desempenho, a eficiência, reduzir custos e, finalmente, a tornar a companhia mais eficaz", diz Wishon.
Tempo de inatividade pode pôr uma empresa de joelhos. Imagine um dia em que você não possa enviar ou receber e-mails ou você não possa atualizar um produto ou página web de determinado evento com a nova informação importante. "Se alguma coisa der errado, você simplesmente não pode trabalhar. Você pode muito bem ir para casa. Se você estiver trabalhando a partir de casa, você pode tirar o dia de folga. Para uma empresa, limitações de TI são como falta de oxigênio - muito rapidamente, as pessoas ficam com medo, distraídas e/ou com raiva", diz Burns.

2. CIOs estão sempre aprendendo e crescendo
Para ser bem sucedido em qualquer nível de TI, você deve estar sempre aprendendo. Se você não fizer isso, você será deixado para trás. Isto é ainda mais verdadeiro para o pessoal de gerência sênior.
"A liderança da empresa, lá no topo, espera que o CIO se mantenha à frente das tendências, com informações que nem sempre estão disponíveis em um programa de treinamento ou curso. Em outras palavras, você deve fazer o seu próprio caminho, olhe ao seu redor e esteja atento às tendências emergentes", diz Burns.
"Um CIO que não tem conhecimento do que está acontecendo em torno dele não vai ser um CIO por muito tempo", diz Wishon. Ele acrescenta que as pessoas na área de TI são uma parte do campo mais ativamente mutável e volátil. Um diploma universitário é o início da jornada, as empresas precisam de CIOs que conseguem ver além do horizonte, reconhecer as tecnologias emergentes e como elas podem ser aplicadas aos objetivos do negócio.
"O CIO precisa encontrar formas de manter-se informado, não só sobre tecnologia, mas também sobre princípios de negócios e os negócios da empresa", diz Wishon.

3. CIOs são mestres na construção de redes de relacionamento
"Estabelecer e manter sua própria rede é essencial e, por vezes, um fator crítico", diz Wishon. Todo grande CIO deve ter habilidades de construção de relacionamento, e  também ser capaz de lidar com as críticas.
O CIO, entre suas muitas responsabilidades, trabalha com grupos internos - incluindo desenvolvedores, técnicos de apoio, a gerência sênior, administradores de banco de dados, gerentes de projeto e cada chefe de departamento - e vendedores externos. Ser capaz de se comunicar, articular e influenciar as pessoas é determinante, diz Wishon. "Você tem que ter a pele grossa, coragem e convicções".
Quando algo der errado - se a culpa  foi sua ou não, é importante que pessoas não tenham nenhuma razão para "se vingar" de você.
Como CIO, você provavelmente vai ser uma parte de muitas equipes e trabalhar bem com cada uma delas é fundamental para o seu sucesso. "Ouvir e compreender o sentido do que foi estabelecido por aqueles que estão em posição de tomar decisões e a capacidade de trabalhar em conjunto com a gerência executiva são habilidades-chave, diz Wishon.

4. Ter sólido conhecimento de seu negócio e Indústria
"Se você se concentrar especificamente sobre a tecnologia sem saber quais são os objetivos do negócio, você não estará na melhor posição para saber a melhor forma de aproveitar a tecnologia. Você realmente precisa entender o problema de negócio que a empresa está tentando resolver e ser capaz de recomendar a tecnologia que pode ajudar a enfrentá-lo da melhor forma", diz Wishon.
Conhecer os prós e contras de todo o seu hardware e software é onde o trabalho começa - o que separa os líderes dos seguidores aqui é conhecer bem o negócio da sua empresa e todos os detalhes que o cercam.
Aproveitar seu conhecimento de tecnologia para atender as necessidades do negócio é o nome do jogo e o que será capaz de o fazer subir até ao topo. "Quando se detecta uma tendência, é tentador saltar sobre vagão dessa tecnologia. Esse é o instinto natural de bons técnicos. O CIO bem sucedido deve primeiro construir um business case convincente antes de recomendar um investimento na última palavra em tecnologia", diz Burns.

5. A capacidade de influenciar pessoas
O CIO tem de ser eficaz em fazer as pessoas adotarem suas visões e soluções. Precisa ser capaz de articular a proposta de valor de um determinado projeto e alinhar várias pessoas, departamentos e fornecedores em torno de um objetivo comum.
"A capacidade de estabelecer e comunicar o valor é uma característica fundamental", diz Wishon.

6. Reconhecer e incentivar talentos 
Uma das habilidades mais importantes que um CIO pode ter, de acordo com Wishon, é a capacidade de reconhecer, proteger e manter boas pessoas. É impossível para um CIO saber e entender tudo sobre tecnologia.
Wishon diz que não há uma regra para o processo de contratação e retenção de talentos. "A pessoa tem que ser capaz de confiar em pessoas boas. Eu sempre tento contratar pessoas que dominam mais determinados assuntos do que eu", diz ele.
Mas atenção: os especialistas concordam que ter essas habilidade é apenas uma parte da equação. Para ser o melhor CIO, você tem que ser um solucionador de problemas, ter uma curiosidade permanente, e possuir conhecimentos sólidos de gestão organizacional e de projeto.

Rico Hein, CIO/EUA