terça-feira, 2 de julho de 2013

PMI x SCRUM uma visão holística!

Temos visto no meio acadêmico e em discussões no ambiente profissional há algum tempo, um sentimento de incompatibilidade entre o SCRUM e o PMI ou de forma ainda mais ampla uma diferenciação entre Métodos Ágeis e o PMBOk. Sempre houve muita polêmica entre os seus defensores.

Muitos acreditam precisar optar e as diferenças começam no entendimento da natureza distinta, mas não excludente que os permeia. O PMBOK é um guia de boas práticas, dividido em grupos e processos, já o SCRUM é um framework (estrutura) com cerimônias, artefatos e papéis definidos. Como comparar um guia a uma estrutura?

Sendo uma estrutura, o SCRUM permite adições e exclusões, desde que não interfiram em seus 3 princípios: Transparência, Inspeção e Adaptação. Desse modo, pode-se dizer que tecnicamente seria possível adicionar processos adaptados do PMBOK , mas  será que vale a pena?

O PMBOK é um guia elaborado pelo PMI que aborda as melhores práticas da gerência de projetos. O PMBOK aborda todas as áreas vitais de um bom planejamento e orienta os gerentes de projeto para conseguirem atingir os objetivos dos projetos que conduzem dentro do prazo, orçamento e qualidade exigidos ou, pelo menos, com o mínimo de imprevistos possíveis.

O SCRUM se adapta mais a projetos cujo escopo é mutável e/ou parcialmente desconhecido, ou seja, projetos de escopo aberto. No PMBOK não conhecer o escopo, ou pelo menos parte dele, inviabiliza o planejamento e assim, a execução do projeto. O SCRUM aceita incertezas, trabalha com priorizações, valores de negócio e ciclos curtos de entregas. O PMBOK trabalha com riscos, pode priorizar entregas, embora não comente sobre isso, e fazer ciclos de entregas, planejamento em ondas sucessivas.

A abordagem ágil SCRUM, assim como a abordagem tradicional PMBOK, possui características positivas e negativas, sendo que a principal diferença entre as duas está no conjunto de pressupostos de cada uma. É possível afirmar, ainda, que existe uma sinergia muito grande entre as duas metodologias, ou seja, uma pode complementar a outra. O ponto chave para diminuir a lacuna existente entre o uso das abordagens “tradicional” e “ágil” está em considerar, na escolha de uma ou de outra, as características do projeto a ser desenvolvido, ou seja, buscar aplicar a metodologia correta para o trabalho a ser realizado.

É relevante destacar que métodos ágeis podem conviver dentro de um mesmo projeto com métodos convencionais e grupos distintos, utilizando métodos distintos. Podem estar todos respondendo a um mesmo gerente de projeto, um mesmo cliente final e para entregar um mesmo produto.

O SCRUM que originalmente era exclusivo do desenvolvimento de software, atualmente tem sido aplicado em diversas áreas, ainda assim, seus “mentores” tem se preocupado em torna-lo cada vez mais simples e adaptável, caminho inverso do PMBOK.

Fica aqui minha observação que é  necessário olharmos tudo com visão crítica, mas sem fanatismos. E, diferenças a parte, encaro que a característica de agilidade  é muito mais uma filosofia – um modus operandi – do que uma algo que só está presente em um ou outro framework e creio que podemos e devemos fazer um mix entre as diversas publicações, utilizando sempre aquele processo/ferramenta/ideia que melhor resultado trouxer.

Este artigo também pode ser acompanhado em:

Portal GSTI

Por João Balbino

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